No cotidiano das empresas comerciais e industriais, a gestão de estoque e armazenagem está diretamente ligada aos resultados financeiros e objetivos estratégicos que a organização pretende atingir. Ao formar estoques de mercadorias ou matérias primas – seja para transformação (no caso da indústria), seja para revenda (no caso do comércio) – o empreendedor trabalha com a perspectiva de obter lucratividade.
Algumas empresas, como a Net Shoes, por exemplo, adotam a estratégia de alto giro de mercadorias, a fim de pagar seus fornecedores posteriormente com o resultado das vendas concretizadas. Para conquistar mercado rapidamente, ela posicionou-se com ofertas diferenciadas, como a troca sem custo e preços competitivos. O estoque gira rápido e gera dinheiro para pagar compromissos assumidos anteriormente. Enquanto as vendas crescem, essa forma de fazer a gestão de estoque e armazenagem com o fluxo financeiro traz resultados positivos.
Um exemplo diferente é o de um fabricante de alimentos. A indústria compra a matéria prima “in natura” e normalmente paga o produtor rural à vista. Tem compromissos mensais com estrutura, colaboradores, energia etc. Dependendo do tipo de produto, gera estoques para alguns meses. Tudo isso resulta em um custo imediato e um resultado futuro, após o recebimento das vendas.
Essa relação entre gestão de estoques e vendas é primordial para a saúde financeira das organizações. As decisões vão depender do capital de giro que o empreendedor tem, do tempo que ele está disposto a aguardar para ter resultados, da natureza do seu negócio, do comportamento do consumidor, entre vários outros aspectos.
Gestão de Estoque e Armazenagem no Varejo
Na gestão de Varejo, dependendo do negócio, os empreendedores renovam seus estoques fazendo compras a prazo, ou seja, negociam com seus fornecedores o pagamento futuro pelas mercadorias. Por outro lado, na medida em que os produtos seguem para a loja, muitas vezes as vendas são feitas à vista. Isso gera um fluxo financeiro positivo. O que é comercializado hoje gera recursos para pagar o que foi comprado ontem.
Um exemplo bem simples de entender. No segmento de comércio eletrônico, a negociação com fornecedores envolve a aquisição de grandes volumes a preços mais baixos. As vendas são agressivas, com condições favoráveis e normalmente acontecem de maneira muito rápida. O giro acelerado ajuda a empresa a fazer caixa e pagar pelas compras feitas há 30, 60 e até 90 dias. O mesmo raciocínio serve para supermercados, restaurantes, farmácias e outros negócios em que boa parte das vendas é feita à vista ou em cartão (que pode ser transformado em dinheiro rapidamente).
O fluxo financeiro dessas empresas costuma ser positivo. É um modelo saudável, que depende de um bom controle de entradas e saídas, do acompanhamento diário do giro, do prazo necessário para renovar estoques e de excelentes negociações com fornecedores.
Gestão de Estoque e Armazenagem na Indústria
O comportamento das indústrias relacionados ao estoque depende do tipo de produto. No caso dos bens de consumo (alimentos, higiene e beleza, etc.), normalmente a empresa paga seus fornecedores à vista, investe na transformação das matérias primas, para depois fazer a comercialização e obter retorno.
Nessas empresas, o fluxo financeiro tende a ser negativo, ou seja, é necessário pagar primeiro para receber depois. O planejamento do fluxo de caixa demanda mais recursos. Além disso, a indústria, ao comercializar seus produtos, muitas vezes recebe a prazo.
A gestão dos estoques, nesse caso, deve ser um processo ainda mais cuidadoso. No caso da indústria alimentícia, por exemplo, é preciso considerar períodos de safra e entressafra, variações climáticas, oscilações entre oferta e demanda. O valor das matérias primas pode sofrer grandes variações.
Já no caso dos bens de capital (máquinas agrícolas, equipamentos complexos), a indústria trabalha com negociações específicas, que podem envolver recebimentos parciais à vista, que vão financiar a aquisição de matérias primas no presente para entregas futuras. O controle e acompanhamento dessas negociações envolve uma relação direta entre a gestão dos estoques e dos fluxos financeiros, para que a empresa possa organizar melhor seus recebíveis e pagamentos.
Fluxo de informações
Os cálculos de fluxo financeiro com base nesse equilíbrio entre formação de estoques e giro de mercadorias são complexos e, na medida em que a empresa cresce, torna-se inviável fazer esse trabalho manualmente. É nesse momento que as empresas buscam sistemas de informação que façam esses estudos automaticamente e gerem informações que contribuam para a otimização da relação entre pagamento de fornecedores e recebimento de clientes.
As soluções incluem a análise do giro de cada item na gestão de estoque e armazenagem, tanto para indústrias quanto para comércio. São capazes de calcular o fluxo financeiro e oferecer relatórios que ajudam o empreendedor a entender qual a melhor alternativa para seu negócio. Os fluxos de pagamentos de compromissos e recebíveis são comparados de maneira flexível, oferecendo respostas que vão contribuir para a tomada de decisão
Fonte: Sankhya