Novas tecnologias surgirão da parceira da logística marítima e portuária

Novas tecnologias surgirão da parceira da logística marítima e portuária

A adoção de internet das coisas pela indústria brasileira está mais acelerada. Soluções ajudam o setor logístico a ser mais eficiente e com menor custo

Definitivamente o mundo, a indústria e a logística não são mais os mesmos. O grande volume de informações, a necessidade de obter maior agilidade nas transações, as demandas de redução de custos e aumento da produtividade faz com que, cada vez mais, a tecnologia seja essencial para os processos logísticos. Com isso, diferentes soluções são desenvolvidas buscando automatizar e aprimorar a gestão.

Dados da Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII) apontam que a adoção de IIoT (internet das coisas) pela indústria brasileira está mais acelerada no primeiro semestre deste ano e a entrada de novos associados à ABII comprovam o aumento do interesse das empresas pelo assunto. No total, são hoje 50 companhias associadas. Destas, 18 entraram no primeiro semestre desse ano. “A adoção de Internet Industrial têm sido pauta das indústrias já há algum tempo, porém, na primeira metade deste ano percebemos que o ritmo acelerou e o tema tem sido colocado como uma estratégia para o negócio”, comenta o presidente da ABII, José Rizzo.

Uma das principais iniciativas da entidade é a condução dos chamados testbeds, que são experimentos controlados nos quais soluções de internet industrial são desenvolvidas e testadas em um ambiente que simula condições do mundo real e exploram o uso de tecnologias novas e existentes funcionando conjuntamente em um cenário inédito. Para a empresa catarinense Krona Tubos e Conexões, a IIoT já é uma realidade e não há como deixar de trilhar este caminho. Edson Fritsch, superintendente industrial da companhia comenta que a empresa busca melhorar sua eficácia industrial para criar e manter uma vantagem competitiva no mercado em que atua. “Entendemos a importância e a abrangência da IIoT e sabemos que é um longo caminho, razão pela qual aderimos ao movimento e já estamos trabalhando no levantamento e priorização das oportunidades”, diz.

Potencial de crescimento

No Brasil, o mercado de Internet Industrial das Coisas movimentou US$ 5,35 bilhão em 4 anos, sendo que a indústria automotiva e manufatura foram as mais relevantes, de acordo com um estudo da Frost & Sullivan. Com grande potencial de transformação, especialistas estimam que este mercado movimentará cerca de US$ 15 trilhões nos próximos 15 anos, promovendo ganhos consideráveis de eficiência e produtividade, atuando também na redução de custos, consumo energético e uso de materiais.

A Transformação Digital engloba tecnologias emergentes como inteligência artificial, nuvem, analytics, robótica avançada e internet das coisas. A aplicação isolada ou combinada destas tecnologias está criando novos modelos de negócio e tornando outros obsoletos – é neste contexto que avança a internet industrial -, conectando equipamentos e máquinas que, até então, operavam isoladamente e gerando grande volume de dados em tempo real. O tratamento dessa massa de dados por softwares de análise gera informações capazes de criar ganhos de eficiência e vantagens competitivas acentuadas para as empresas de diversos setores, como agronegócios, manufatura, geração de energia, cuidados com a saúde e transporte.

Logística conectada

Na logística, as vantagens são cada vez mais evidentes. De acordo com um novo estudo global da Inmarsat – empresa líder mundial de comunicações móveis por satélite – a Internet das Coisas Industrial deverá fornecer uma contribuição considerável para a economia global até 2023. Segundo o estudo, as organizações, em toda a cadeia global de suprimentos, esperam que a IIoT aumente em 10% suas receitas anuais em até 5 anos.

Esses resultados mais recentes surgiram da edição de 2018 do programa de pesquisa da Inmarsat para as tendências da IIoT, para o qual a especialista em pesquisa de mercado Vanson Bourne entrevistou 750 empresas com um faturamento conjunto de US$ 1,16 trilhão em todo o mundo. Os entrevistados foram selecionados de uma ampla gama de setores como o agrícola, de energia, marítimo, de mineração e de transporte.

A cadeia de fornecimento global tem se mostrado cada vez mais dependente da conectividade móvel para garantir que os dados sejam fornecidos em todos os pontos, assegurando a continuidade dos processos de negócios de missão crítica. A rede de satélites geoestacionários da Inmarsat, por exemplo, atuado  com contínua cobertura móvel, eliminando o tempo de inatividade ao alternar entre redes de satélite, para garantir uma coleta contínua de dados na cadeia de fornecimento global.

Novo momento

Atentas ao novo momento, fornecedores da área de tecnologia ganham mercado com lançamentos de produtos e serviços que atendam a demanda do setor. A Mandic Cloud Solutions, líder em gerenciamento de cloud corporativo no Brasil, por exemplo, anunciou recentemente a parceria com a Signa Consultoria e Sistemas,  especializada no desenvolvimento de sistemas voltados para gestão dos processos de transportes, para ampliar sua atuação no mercado logístico.

A parceria consiste em implementar o Sistema de Gerenciamento de Transporte (TMS) da Signa já hospedado na estrutura de data centers da Mandic. Atuando sob o conceito de solução completa, a plataforma une os benefícios de gestão do software da Signa, como otimização de processos, controle de custos, gerenciamento de frotas e embarcações. “O setor de transporte e logística é extremamente importante para a economia do Brasil. As empresas que atuam nessa vertical necessitam de tecnologias que garantam gestão das suas operações de maneira ágil, estável e segura”, obvserva Rafael Teles, executivo de contas da Mandic Cloud.

Em alguns casos, as vantagens tecnologia vão além de custos e produtividade, se estendendo também para o meio ambiente. Para ajudar empresas a definirem o planejamento de rotas mais adequado, o número de veículos que fará as viagens, o que transportar em cada um, e o acompanhamento em tempo real na operação logística, a TOTVS lançou no primeiro semestre o R2, solução que une dois importantes “R’s” para a atividade logística: a Roteirização e o Rastreamento. O solução se propõe a colocar um planejamento inteligente em prática. Baseando-se em algoritmos e simulações, ele sugere a sequência de entrega mais correta, combinando produtos, endereços e arranjo de frota, por meio de uma lógica matemática.

Os resultados obtidos ficam em torno de até 20% de redução no número de veículos utilizados e de cerca de 15% nas distâncias totais percorridas1 – o que leva a uma consequente diminuição no consumo de combustível e também na emissão de CO2 na atmosfera, além de uma queda de até 15% no custo logístico total. “Quando se fala em logística de distribuição, a pressão por menores prazos de entrega é altíssima. Contudo, essa é apenas a ponta da operação – o gestor precisa olhar para o todo, em busca de maior eficiência em todas as suas rotinas”, explica Angela Gheller Telles, diretora dos segmentos de Manufatura e Logística da TOTVS.

Tema da Feira Logistique

Somente em Santa Catarina, o setor já representa 5,6% do PIB do Estado e coloca os municípios de Florianópolis (4º), Blumenau (5º) e Joinville (7º) entre os primeiros colocados no ranking de faturamento nacional. As soluções para o setor logístico nacional ganharão um espaço especial na edição 2020 da Feira Logistique, a segunda maior do segmento no País, entre os dias 04 e 06 de novembro, na Expoville, em Joinville. “Não existe mais sobrevivência sem o uso de tecnologias. O desafio é torná-las aplicáveis em sua totalidade, gerenciáveis e muitas vezes conseguir viabilizá-las”, destaca Leonardo Rinaldi, diretor da Logistique.

Fonte: https://www.informativodosportos.com.br/


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