O e-commerce brasileiro teve uma alta de quase 57% nas vendas nos primeiros oito meses do ano — totalizando R$ 42 bilhões. E nessa corrida para vender de tudo online, as grandes varejistas tiveram o maior crescimento até aqui.
No último resultado reportado, o maior e-commerce do país, MercadoLivre, teve uma alta de 112,2% na receita no Brasil — totalizando R$ 3,4 bilhões.
“No e-commerce como um todo houve um avanço muito grande de compra online na região Nordeste e Norte do país”, afirmou Rodrigo Bandeira Santos, vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, em entrevista ao Do Zero ao Futuro.
Entre as maiores empresas, a disputa para fidelizar consumidores e vender de tudo está cada vez mais acirrada e o principal foco neste momento está na logística. Com investimentos milionários, elas correm para encurtar a distância com seus clientes e diminuir o tempo de entrega de produtos. Nessa estratégia, MercadoLivre, B2W, Via Varejo e Amazon já anunciram a abertura de novos centros de distribuição em diferentes regiões do país.
Varejistas que possuem lojas físicas também estão transformando esses espaços em minicentros de distribuição, para ter maior capilaridade. Quem saiu na frente nessa corrida da integração foi o Magazine Luiza — que já tem todas as suas mais de 1,2 mil lojas atuando como minicentros de distribuição do e-commerce.
Quem não tem loja física, como o MercadoLivre, tem se aliado cada vez mais a lojas locais para poder estocar produtos. Esse e-commerce conta com uma rede de mais 1,3 mil lojas.
A corrida dessas varejistas é para entregar também aquilo que é ofertado por outros lojistas no seu site por meio do marketplace. No chamado fulfillment, as varejistas oferecem serviços para fazer controle de estoque e cuidar de todos os detalhes logísticos dos varejistas menores. Isso impulsiona a velocidade da entrega e também a ampliação de mais produtos disponíveis no site.
A corrida dos superapps
Na busca pela fidelização, grandes varejistas também estão investindo em sistemas de cashback e assinatura de produtos. O desconto exclusivo no aplicativo para fazer com que o usuário baixe o app e comece a comprar tudo por ali também é outra estratégia.
“Há uma disputa muito grande ainda para desenvolver um super aplicativo que agregue o maior número de serviços e compras. É um cenário ainda muito nublado com vários bancos e varejistas participando. Não tem espaço para todo mundo, então devemos ver uma consolidação nos próximos anos”, disse Paulo Humberg, empreendedor pioneiro no e-commerce brasileiro.
O grande varejo também tem investido em soluções próprias de pagamento — atuando como verdadeiras fintechs para ampliar seus serviços e ganhos.
Sobre as categorias de grande oportunidade de crescimento, especialistas veem a área de vestuários e calçados, cosméticos e itens de supermercados como as próximas avenidas de crescimento do e-commerce.
“O supermercado é um segmento de grande oportunidade, que ainda não tem nenhuma rede preenchendo o serviço com excelência. A experiência hoje é muito ruim”, afirmou Humberg.
O avanço do e-commerce
Com relação ao crescimento dos próximos anos, a expectativa é de que varejo online continue a crescer e ganhar terreno em relação ao varejo físico. O banco Goldman Sachs estima que o e-commerce brasileiro tenha um faturamento de 140 bilhões de reais em 2020 e de 215 bilhões em 2022 – o que representaria quase 15% do varejo brasileiro.
Fonte: https://www.infomoney.com.br/