Marco Aurélio Krieger, vice-presidente de produção e inovação em saúde da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), avalia que, embora o país ainda enfrente problemas para atender a demanda de testes de coronavírus, a logística para processar os exames se tornou o fator limitante, e não a quantidade em si. “Nós estamos num momento em que a limitação dos testes já esta sendo superada. Hoje, com a produção da Fiocruz, com a produção por São Paulo e a doação da Petrobras, temos uma quantidade de testes disponíveis no Brasil que já é maior do que a capacidade de processamento. Existe então uma questão de logística que deve ser enfrentada: a logística de coleta e distribuição das amostras e a questão do processamento”, disse Krieger em entrevista ao jornal O Globo.
“A gente precisa se preocupar com essa demanda futura, mas hoje eu diria que o gargalo é mais de logística e do processamento dos testes do que da disponibilidade dos testes”, acrescentou. De acordo com ele, no mês passado foram entregues 58 mil testes e neste mês serão entregues mais 1,2 milhão de testes. “Em menos de um mês, então, multiplicamos por 20 a quantidade de testes. Mas a capacidade de processamento não cresceu nessa mesma dimensão. Ela cresceu abaixo de cinco vezes, e a gente precisa ainda fazer um esforço muito grande.” Segundo ele, a capacidade de processamento está aumentando e vai chegar perto de 30 mil testes por dia, o que permitirá uma mudança na estratégia de testagem, que no momento se restringe aos casos sintomáticos. “Agora nós vamos começar a ampliar para testar também os profissionais dos serviços essenciais, como os de saúde, logística, transporte público e segurança. A gente está no limiar de fazer essa transição”, explica.
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